terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sub-comandante da Polícia Militar de Goiás é exonerado

(Atualizada às 16h36)



O Secretário de Segurança Pública exonerou o Subcomandante Geral da Polícia Militar, coronel Carlos Cézar Macário, na manhã desta terça-feira (15). Ele é suspeito de envolvimento com grupos de extermínios no Estado, investigados pela operação Sexto Mandamento, da Polícia Federal. O novo subcomandante será nomeado na manhã desta quarta-feira (16).

A PF cumpriu hoje 19 mandados de prisão na Operação Sexto Mandamento, cujo objetivo é desarticular um grupo criminoso formado por policiais militares. A ação ocorreu em Goiânia, Formosa, Rio Verde, Acreúna e Alvorada do Norte.
A PF investiga ainda os ex-secretários Jorcelino Braga e Ernesto Roller (Fazenda e Segurança Pública), suspeitos de tráfico de influência que resultaram nas promoções de patentes de integrantes da organização criminosa. Contra os dois, não foram expedidos mandados judiciais.


Braga compareceu à sede da Polícia Federal na manhã de hoje e falou rapidamente com os jornalistas. "Fui intimado e estou aqui para prestar os  esclarecimentos. Como sempre fiz, em toda minha vida", disse. Sobre a prática de tráfico de influência, Braga afirmou que como secretário da Fazenda ouvia demandas e que isso era natural. "Recebia pessoas em meu gabinete todos os dias e ouvia pedidos. Vou esclarecer o que me for perguntado", declarou.

Ernesto Roller também depôs hoje na PF. Ele disse estar tranquilo e que recebeu a intimação com surpresa. "É natural como ex-secretário prestar esclarecimentos", afirmou. Sobre a acusação, Roller falou que na Polícia Militar há um rito. "As indicações à promoções são feitas pela corporação". Já sobre a promoção do tenente Ricardo Rocha, um dos acusados de integrar a organização criminosa, disse que a mesma ocorreu depois que havia de deixado a Secretaria de Segurança Pública.


Entre os detidos estão um coronel, o tenente-coronel, um major, dois capitães, um tenente, dois subtenentes, um sargento e quatro cabos. Apenas as iniciais dos policiais foram divulgadas em nota à imprensa.


Foram cumpridos treze mandados de prisão na capital e seis no interior. Eles serão indiciados por homicídio qualificado em atividades de grupo de extermínio, formação de quadrilha, tortura qualificada, tráfico de influência, falso testemunho, prevaricação, fraude processual, ocultação de cadáver, posse ilegal de arma de fogo de calibre restrito e ameaça a autoridades públicas, jornalistas e testemunhas.


Investigação


Segundo a PF, as investigações evidenciaram que esta organização tinha como principal atividade a prática de homicídios com a simulação de que os crimes teriam sido praticados em confronto com as vítimas. Nos últimos dez anos, os PMs fortaleceram esse tipo de atuação nos municípios onde ocorreram as prisões. A PF disse ainda que o suposto número de vítimas mortas em confrontos aumentava consideravelmente onde se instalavam os policiais investigados.


Dentre as vítimas, existem casos de execuções de crianças e mulheres sem ligação alguma com práticas criminosas. A investigação também demonstrou que os PMs praticaram homicídios durante o horário de serviço e usando viaturas da corporação de maneira clandestina.


Participaram da operação 18 equipes com 131 agentes da PF e 12 oficiais da PM goiana. As investigações duraram aproximadamente um ano.


Desaparecidos


A Secretaria de Segurança Pública de Goiás e a PF iniciarão a busca às pessoas desaparecidas após as abordagens policiais. A população poderá ajudar com informações por meio do endereço denuncia.srgo@dpf.gov.br. As identidades dos denunciantes serão mantidas sob sigilo.
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Fonte: Jornal Diário da Manhã

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